Entenda quais alimentos ultraprocessados não precisam ser evitados
Descubra por que nem todos os alimentos ultraprocessados são iguais e como fazer escolhas alimentares informadas.
Hoje, os cientistas estão lançando um debate importante sobre a classificação de alimentos ultraprocessados e a necessidade de abordar essa questão com base na ciência e na evidência.
A atual discussão gira em torno de se devemos evitar todas as refeições ultraprocessadas ou se há nuances que precisam ser consideradas.
Classificação baseada no processamento
Alimentos como batatas fritas, chocolate e biscoitos têm sido amplamente associados a riscos à saúde, incluindo ganho de peso e problemas cardíacos.
No entanto, os especialistas também apontam que categorizar automaticamente alimentos como iogurtes, pão integral e cereais matinais como ultraprocessados pode ser “complicado” e “impraticável”. Isso levanta questões sobre como definimos e rotulamos os alimentos que consumimos.
A classificação Nova, desenvolvida por cientistas brasileiros há mais de uma década, classifica os alimentos em quatro categorias com base no grau de processamento:
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Grupo 1 – Alimentos in natura ou minimamente processados: frutas, vegetais, nozes, ovos e carne;
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Grupo 2 – Ingredientes culinários processados: óleos, manteiga, açúcar e sal;
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Grupo 3 – Alimentos processados: presunto e queijo;
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Grupo 4 – Alimentos e bebidas ultraprocessados: refrigerantes, sorvetes, salgadinhos.
Os nutricionistas argumentam que rotular indiscriminadamente uma ampla variedade de alimentos como não saudáveis pode ser uma reação exagerada.
Muitos desses alimentos contêm nutrientes essenciais benéficos para nossa saúde. Por exemplo, o processamento pode, em alguns casos, ajudar a preservar nutrientes, como vitaminas e minerais.
No entanto, também é claro que alimentos ultraprocessados tendem a ser ricos em gordura, açúcar e sal, que, em excesso, podem ser prejudiciais à saúde.
Portanto, a questão que surge é como equilibrar a necessidade de limitar esses nutrientes com a promoção de alimentos processados de maneira saudável, como pão integral e iogurtes.
Além disso, o debate se estende a alimentos que, apesar de conterem açúcar, gordura ou sal, podem ser considerados saudáveis em outros aspectos. Por exemplo, bolos caseiros podem ser ricos em açúcar e gordura, mas também podem conter ingredientes nutritivos.
É importante reconhecer que nem todos os alimentos processados são prejudiciais, e algumas substâncias usadas para prolongar a vida útil dos alimentos também desempenham um papel importante na segurança alimentar e na redução do desperdício de alimentos.