Médica dá dicas de cuidados para ter antes de fazer progressiva
Além das recomendações, dermatologista evidencia riscos de se fazer alisamento com produtos sem registro e autorização da Anvisa.
A escova progressiva, técnica de alisamento e redução no volume dos fios com uso de formol, tem conquistado adeptos no Brasil há quase duas décadas. Criado em 2003 por cabeleireiros do subúrbio do Rio de Janeiro, o procedimento foi derivado da escova definitiva, vinda do Japão.
Conhecida como Brazilian Hair Straightening, Brazilian Blowout, Keratin Treatment e outros nomes, o método brasileiro ultrapassou fronteiras e é sucesso em salões dos Estados Unidos, Europa e Oriente Médio. A escova progressiva já esteve na cabeça de famosas como Lindsay Lohan, Jennifer Aniston, Naomi Campbell e Keira Knightley.
A dermatologista da Clínica Les Peaux, Larissa Oliveira, falou com a revista Quem sobre a conexão entre alisamento e queda capilar.
“Apesar de o uso de formol como alisante de cabelos estar proibido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 2009, muitos salões utilizam o químico em escovas conhecidas como botox capilar, escova de aminoácidos, ácido glioxílico, cisteína ou carbocisteína, dentre outros nomes que, apesar de não conter o termo formol ou formaldeído em sua composição, possuem substâncias precursoras de formol que são liberadas quando os cabelos são aquecidos com chapinha”, diz a médica.
De acordo com ela o formol faz mal à saúde e seus danos podem incluir coceira, irritação, queimadura, inchaço, lacrimejamento dos olhos, descamação e vermelhidão do couro cabeludo.
“Também pode causar alergias, queda de cabelo ou piora da alopecia já existente e até mesmo câncer nas vias aéreas superiores (nariz, faringe, laringe, traqueia e brônquios). Além das dermatites (vermelhidão, coceira e descamação) no couro cabeludo, as escovas progressivas reduzem ainda a massa proteica (o córtex da haste capilar perde queratina) dos fios, deixando-os mais frágeis e mais propensos à quebra. Nos pacientes que já têm alopecia, esses fios ficam mais propensos à queda, agravando o quadro prévio”, argumenta.
Contudo, a profissional diz que não é preciso abandonar o alisamento. O importante é se atentar aos produtos usados antes de fazer o procedimento. “Produtos para alisamento registrados e autorizados pela Anvisa não trazem perigo à saúde. Os registros que certificam as escovas progressivas pela Anvisa devem conter entre 9 e 13 dígitos e se iniciam pelo dígito 2. No entanto, é indicado obter mais informações sobre os componentes do produto, de forma a evitar alergias e outras reações que podem variar de pessoa para pessoa”, aconselha.
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