Ex-marido exige devolução de rim doado há mais de uma década
Em um caso que misturou medicina, ética e divórcio, um médico americano pediu de volta o rim que havia doado à sua ex-esposa.
Em 2009, o mundo testemunhou um caso de divórcio tão extraordinário que parecia ter saído de um roteiro de filme. O médico norte-americano Richard Batista havia doado um de seus rins à então esposa em um ato de amor e solidariedade.
Ele surpreendeu a todos ao entrar com uma ação judicial exigindo a “devolução” do órgão ou uma compensação financeira de US$ 1,5 milhão.
Entenda toda essa história
Tudo começou em 2001, quando Batista doou seu rim para sua esposa, que estava à beira da morte após duas cirurgias de transplante renal fracassadas. Na época, ele alegou que sua motivação era salvar a vida dela e, ao mesmo tempo, fortalecer o casamento que estava abalado por dificuldades de saúde.
No entanto, em 2005, o relacionamento chegou ao fim, quando a esposa pediu o divórcio. Após quatro anos de complicadas negociações legais, Batista tomou a atitude inusitada de solicitar o retorno de seu rim ou o equivalente financeiro, sob a alegação de que sua ex-esposa começou a traí-lo apenas dois anos após o transplante.
A Justiça dos Estados Unidos não tardou em se pronunciar sobre o caso, rejeitando a solicitação de Batista em julho de 2009. O motivo? Alegou-se que “tecidos humanos” não se enquadram como bens matrimoniais e que buscar a devolução de um órgão doado é ilegal, além de poder ser encarado como extorsão, segundo a NBC News.
Foto: Divulgação/ Vídeo/ CBS
Para especialistas, a resposta da Justiça não foi surpreendente. Considerava-se impossível a recuperação do rim doado ou de seu valor financeiro.
O caso de Batista, que mesclou medicina e divórcio de maneira surreal, rapidamente se tornou manchete nos Estados Unidos e ao redor do mundo. Este caso destacou um dilema ético complexo que perdura na memória como um dos episódios mais extraordinários do sistema jurídico norte-americano.
Embora o caso tenha sido encerrado judicialmente, ele continua provocando discussões sobre os limites da lei e da ética em situações extremas de divórcio.