Poder das carecas: entenda o empoderamento feminino ao raspar o cabelo
Nos últimos anos, raspar o cabelo se tornou uma forma de questionar valores seculares que aprisionam as mulheres.
Raspar o cabelo sempre foi um fenômeno associado à masculinidade. No entanto, muitas mulheres têm feito este movimento e não necessariamente por motivos de força maior – como tratamento de doenças, por exemplo. Existe algo mais político e cultural por detrás deste ato, além de revelar bastante autoconhecimento. A seguir, entenda melhor de que modo raspar o cabelo é sinônimo de liberdade para as mulheres.
Por que muitas mulheres estão raspando o cabelo?
O tamanho do cabelo, infelizmente, materializou diferenças de gênero na nossa cultura, mas não de modo saudável. O que podia e pode ser uma celebração à diversidade, é motivo de violência a homens e, principalmente, a mulheres.
Se um homem tem um cabelo grande, é alvo de homofobia. Se uma mulher tem cabelo curto, também sofre preconceito. Por esta razão, quando uma mulher decide raspar o cabelo, ela está sendo corajosa.
A maioria das motivações para as mulheres rasparem a cabeça é mesmo por causa dessa desigualdade de gênero materializada no cabelo.
Elas estão questionando o padrão estético cercado de preconceitos. É uma forma de liberdade destas amarras históricas.
Muitas relatam que o primeiro impacto é sempre de estranheza depois de tomar a decisão, mas depois vale a pena apresentar-se como referência para libertar outras mulheres.
Para muitas delas, a manutenção da careca ou do corte bem baixo também é sinônimo de praticidade e oferece mais uma liberdade à mulher: a de não ter que se interessar por procedimentos capilares.
A cultura e a sociedade convencionaram uma diferença também perversa: o cuidado com a beleza reservado apenas às mulheres, deixando-as reféns.
Ao se colocarem socialmente, as mulheres carecas também questionam este excesso de cuidado com a aparência atribuída ao gênero feminino. Todas as pessoas devem se preocupar com isto como acham que devem e não por imposição.
É um movimento muito bonito e promissor que promove às mulheres um autoconhecimento significativo. Traz controle e determinação sobre sua própria história, seu próprio corpo. E, claro, seu próprio cabelo – inclusive para não querer tê-lo!