Psicólogos explicam o desconforto humano em um elevador com desconhecidos

Entenda as razões psicológicas e sociais que tornam viagens de elevador momentos de tensão e desconforto.

Imagine a cena: você entra em um elevador e encontra alguém que você não conhece. Um silêncio constrangedor se instala, rompido apenas pelo som do elevador anunciando a chegada a um novo andar.

Se você já viveu esse momento, saiba que não está sozinho nessa experiência. Psicólogos e cientistas comportamentais estão começando a decifrar o porquê desse fenômeno socialmente desconfortável.

Foto: Canva.

Becky Spelman, doutora em Psicologia, e Araminta Naylor, cientista comportamental, nos oferecem uma análise profunda sobre o tema. De acordo com os especialistas, a sensação de desconforto se inicia no momento em que entramos em um espaço fechado, como o elevador.

A ausência de regras sociais claras, diferentes daquelas que temos em ônibus ou trens, gera incerteza e ansiedade entre os passageiros.

Qual o motivo do desconforto em elevadores?

O silêncio é um dos principais contribuintes para o ambiente desconfortável. Ao contrário de ambientes mais amplos e barulhentos, a quietude em elevadores deixa as pessoas vulneráveis.

Muitas delas se voltam para os celulares na tentativa de aliviar o silêncio, mesmo que não haja sinal para navegar na internet.

Outro fator intrigante é a dinâmica de grupo em espaços reduzidos. Enquanto em grupos maiores o desconforto parece ser atenuado pela presença de várias pessoas, o cenário muda quando estamos a sós com um estranho. Iniciar uma conversa casual torna-se uma tarefa muito mais delicada.

A aversão a pequenos diálogos e a preocupação em cometer gafes sociais são agravados ainda mais por normas sociais ocidentais, que desencorajam conversas informais com pessoas desconhecidas.

Até mesmo o nosso humor e temperamento influenciam: estados negativos ou introvertidos tendem a inibir a interação social. Além disso, a preocupação em estabelecer relações frequentes com vizinhos de prédio leva a um aumento dessa aversão.

E por último, mas não menos importante, a duração curta de uma viagem de elevador muitas vezes impede que uma conversa significativa se desenvolva.

Compreender esses elementos pode não apenas nos ajudar a entender melhor nossa própria psicologia, mas também a criar estratégias para tornar esses momentos menos angustiantes.

Como sociedade, talvez seja o momento de refletir sobre como podemos quebrar essas barreiras invisíveis que nos separam, mesmo em espaços tão pequenos.

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