Tricotilomania: entenda a doença
Conheça um pouco mais sobre a compulsão por arrancar pelos e cabelos, assim como suas causas e formas de tratamento.
Olá, meninas! Hoje o assunto é um pouco sério! Vamos tratar de uma doença que leva a pessoa a arrancar cabelos e pelos do corpo: a tricotilomania. A doença, que muitos encaram – erroneamente – como um hábito simples, atinge cerca de 4% da população, sendo mulheres a maior parte das pessoas afetadas.
Também conhecida como tricotilose, essa doença corresponde ao impulso incontrolável e involuntário de arrancar o próprio cabelo ou pelos de outras regiões do corpo. A tricotilomania se enquadra nos tipos de Transtorno obsessivo compulsivo (TOC). A primeira detecção do problema veio em 1889, pelo médico francês François Henri Hallpeau, mas, só foi reconhecido como patologia no final do século XX.
A característica básica do distúrbio é arrancar, durante períodos do dia, cabelos ou pelos do corpo. O ato vem acompanhado de outras ações, como brincar com os fios arrancados ou, ainda, engoli-los, outra patologia denominada tricofagia. Esta traz consequências severas, como problemas estomacais e obstrução intestinal, muitas vezes solucionadas apenas mediante intervenção cirúrgica.
Por muitas vezes, o problema começa ainda na infância quando, após um acontecimento traumático ou exposição à uma situação de stress, a criança passa a arrancar os fios de cabelo. Depois de adulta, a pessoa começa a desenvolver o hábito diariamente. O portador justifica, de alguma forma, o hábito, selecionando fios grossos, brancos, finos, dentre outras justificativas.
Em pacientes da tricotilomania, observa-se um período de muita ansiedade, só resolvida após arrancar o fio desejado. Após essa ação, o indivíduo sente culpa ou vergonha, pois, tem a consciência de que não se trata de um simples hábito, mas, de um problema sério. À medida em que tempo vai passando, a pessoa começa a perceber falhas no couro cabeludo, porém, ainda não consegue parar.
Ainda não se sabe, com exatidão, quais as causas do problema, mas, ele costuma ser associado à questões genéticas e ambientais. Também já é de conhecimento por parte dos especialistas que, pessoas com tricotilomania possuem alterações naturais nas reações químicas cerebrais que envolvem a produção de serotonina e dopamina. Portanto, se incluem, nos fatores de risco, emoções negativas, idade entre 11 e 13 anos, histórico familiar e transtornos emocionais.
Pessoas afetadas pela tricotilomania apresentam, como consequências, problemas de pele ou cabelo (devido a possíveis infecções), problemas sociais e profissionais, baixa autoestima, stress emocional e vergonha, que pode levar ao afastamento de seu círculo social.
Sintomas da tricotilomania:
- O hábito de puxar, repetidamente, fios de cabelo ou pelos do corpo,
- Se sentir tenso antes de puxar o cabelo ou resistir à vontade de fazê-lo, seguido de imenso prazer ao arrancar o pelo,
- Preferências por fios específicos ou rituais ao puxar os cabelos,
- Engolir, enrolar, mastigar ou morder os fios arrancados,
- Percepção de áreas já com menor quantidade de fios;
Tratamentos para tricotilomania:
O problema é sério, mas, tem cura! O primeiro passo é buscar auxílio de um especialista, principalmente, tratamentos baseados na terapia cognitiva-comportamental (psicoterapia).
Essa é feita por psicólogos especializados que trabalham na substituição da resposta automática em puxar os fios por ações inofensivas. A maior parte dos casos já é resolvida mediante acompanhamento psicológico.
Porém, há casos mais graves que requerem atendimento psiquiátrico, principalmente, se envolvem outros distúrbios. Neste ponto, são ministrados medicamentos como antidepressivos e relacionados aos distúrbios do humor.
Para a recuperação do couro cabeludo, o paciente pode recorrer ao uso do Minoxidil, medicamento que estimula a produção de novos fios, ou, próteses capilares.
E vocês, meninas, conhecem alguém que sofre do problema? Ou, ainda, vocês mesmas, já passaram por algo similar? Se sentir à vontade, conte sua experiência para a gente e como superou! E, se ainda não tiver superado, torcemos para que consiga ajuda e passe por cima desse obstáculo!