Sustentabilidade entra em moda no mundo textil

A alta produção de roupas e o tempo de uso reduzido das peças, faz com que surja um novo padrão de consumo que hoje se chama "roupas descartáveis" ou mesmo ultra fast-fashion. Saiba mais.

Com a pandêmia, houve um aumento muito significativo das lojas online que facilitaram ainda mais o acesso às compras. A fase favoreceu principalmente às lojas que vendem roupas e produtos de beleza, que são os itens mais desejados.

Com isso, o mundo da moda têm faturado bilhões e as pessoas aderiram um novo tipo de consumo das roupas, esse padrão ficou conhecido como o uso das “roupas descartáveis” ou mesmo, a “ultra fast-fashion”.

Esses nomes surgiram porque tudo que é fabricado, tem sido consumido e descartado de uma forma muito mais rápida do que antigamente. As peças de roupas duravam anos em nossos guarda-roupas, hoje em dia, são utilizadas em alguma ou outra ocasião e já logo são repassadas adiante.

Porém, há uma grande preocupação com esse grande nível de produção desenfreada textil. De acordo com a revista “Forbes”, as roupas fast fashion hoje são utilizadas menos de cinco vezes e geram ao meio ambiente aproximadamente 400% mais emissões de carbono do que roupas de marcas slow fashion (que são usadas ao menos 50 vezes).

E ainda, é grande a quantidade de produtos têxteis que acabam sendo descartados e que poluem ainda mais o meio ambiente, até porque uma das principais formas de descarte são os aterros sanitários, que embora sejam os menos poluentes, ainda são um grande problema para o meio ambiente.

Outro problema que vem junto é o uso de água. Segundo a Pnuma, a indústria da moda é o segundo setor que mais consome água e produz cerca de 20% de águas com resíduos. Se isso não fosse ruim o suficiente, o setor libera também aproximadamente 500 mil toneladas de microfibras sintéticas por ano nos oceanos.

Além do alto uso da água e dos resíduos já citados, não podemos deixar de falar também da poluição causada nos processos de tingimento e acabamento na indústria da moda.

Conscientização e diminuição dos danos

Os especialistas e grandes empresas estão em busca de contornar essa situação e trazer conscientização às pessoas para que façam um consumo consciente e também, para que as grandes fábricas adotem medidas sustentáveis.

“Existem vários caminhos: um deles é responsabilizar a indústria têxtil por fazer a logística reversa das vestimentas ao final da vida útil, como já existe com bateria, celular etc”, complementa Jacques Demajorovic, professor do Programa de Pós-Graduação em Administração da FEI.

Outro meio seria o aluguel de roupas, que hoje em dia está vinculado em sua maioria à peças para eventos mais formais, mas que isso poderia se tornar algo mais casual.

O professor acrescenta falando de marcas na Europa que utilizam a roupa usada como moeda de troca: o cliente devolve uma peça de roupa, e dependendo do seu estado, ganha algum benefício, como por exemplo, um desconto para uma nova peça. A roupa que foi devolvida, é reciclada e vira uma nova vestimenta.

Existem diversas possibilidades, enquanto isso, cabe a nós também fazermos a nossa parte para contribuir com o Meio Ambiente.

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