O impacto dos ovários na longevidade das mulheres

Você sabia que os ovários podem ter um papel crucial na sua longevidade? Estudos têm mostrado que esses órgãos envelhecem mais rapidamente em comparação com outros órgãos do corpo humano. Com base nisso, os cientistas estão explorando maneiras de retardar esse processo, uma vez que prolongar a vida útil dos ovários pode ter um impacto significativo na longevidade geral das mulheres.

Ovários e envelhecimento

Ao nascermos, cada ovário contém cerca de um milhão de folículos, que são responsáveis pela produção de óvulos. No entanto, ao longo da vida, o número desses folículos diminui progressivamente. Na puberdade, por exemplo, apenas cerca de 300.000 folículos permanecem. Por volta dos 40 anos, a maioria deles já desapareceu, e aos 50 anos, quando a maioria das mulheres entra na menopausa, praticamente não restam mais folículos. Segundo a ginecologista e mastologista Cecilia Pereira, o ovário tem uma vida útil de cerca de 50 a 53 anos.

Menopausa e saúde

Um estudo recente indicou que retardar o envelhecimento dos ovários pode contribuir para uma vida mais longa. Os produtos químicos produzidos pelos ovários têm um papel importante na saúde geral do corpo. Quando esses produtos químicos desaparecem durante a menopausa, isso pode ter um efeito dramático. A falta de estrogênio devido à insuficiência ovariana está associada a diversos riscos, como diabetes, fragilidade óssea, derrame, Alzheimer e outros problemas de saúde.

Relação com a expectativa de vida

Apesar das mulheres terem uma expectativa de vida maior em comparação com os homens, a perda dos ovários pode resultar em um período significativo de problemas de saúde. Um estudo do sistema de saúde do Reino Unido revelou que as mulheres podem passar até 34% de suas vidas com problemas de saúde, em comparação com 26% para os homens. No entanto, outras pesquisas sugerem que manter os ovários funcionando por mais tempo pode reduzir o risco de desenvolver doenças cardiovasculares e aumentar a expectativa de vida.

Influência genética e estilo de vida

Estudos mostram que a idade tardia da menopausa e da primeira menstruação pode estar relacionada a uma maior probabilidade de viver até os 90 anos. No entanto, esses resultados não são conclusivos e fatores como estilo de vida, genética e ambiente também podem influenciar. É importante ressaltar que mulheres que passam por uma menopausa tardia têm um risco aumentado de desenvolver câncer de mama e ovário.

Cuidados para retardar o envelhecimento dos ovários

Enquanto essas pesquisas estão em andamento, existem medidas que podem ser adotadas para retardar o envelhecimento dos ovários. A medicina da longevidade enfatiza a importância de adotar um estilo de vida saudável desde uma idade precoce. Praticar exercícios regularmente, ter uma alimentação equilibrada com poucos alimentos industrializados e inflamatórios, e incorporar vitaminas que reduzem a inflamação, como Ômega-3 e Coenzima Q-10, são recomendações da Dra. Cecília Pereira, ginecologista e mastologista.

Para as mulheres que já estão na menopausa, a reposição hormonal pode ser uma opção para atenuar os efeitos dessa fase. No entanto, é importante ressaltar que a reposição hormonal deve ser feita com orientação médica e não é recomendada em casos específicos.  

Os ovários desempenham um papel fundamental na longevidade das mulheres. Pesquisas recentes têm destacado a importância de retardar o envelhecimento dos ovários para prolongar a vida e melhorar a saúde das mulheres. Estudos têm mostrado que a perda dos ovários está associada a vários riscos para a saúde, mas manter esses órgãos funcionando por mais tempo pode reduzir o risco de doenças e aumentar a expectativa de vida.  

Enquanto aguardamos essas descobertas, adotar um estilo de vida saudável desde cedo e buscar cuidados médicos adequados podem ajudar a preservar a saúde dos ovários e melhorar a qualidade de vida das mulheres em todas as fases.