Mitos sobre cabelo afro: A luta das mulheres pela aceitação do cabelo natural

O movimento de assumir o cabelo natural está crescendo entre as mulheres, especialmente as negras, e é um processo lindo e empoderador. Porém, durante a infância, muitas delas tiveram que lidar com diversos mitos e preconceitos relacionados aos cabelos afro ou black power. Neste artigo, iremos abordar alguns desses mitos e mostrar por que eles não têm fundamento.

1. “É tão bonitinha! Pena que nasceu com esse cabelo”

Essa frase pode parecer um elogio, mas na verdade, é uma forma sutil de dizer que o cabelo afro é inferior e que seria melhor se a pessoa tivesse cabelos lisos. É importante ensinar desde cedo que a beleza não está ligada ao tipo de cabelo, e que todos os cabelos são bonitos e merecem ser valorizados.

2. “Tem que abaixar esse volume!”

O volume é uma característica natural do cabelo afro, e tentar “domá-lo” com químicas ou técnicas de alisamento pode causar danos irreparáveis ao fio. É preciso valorizar o cabelo natural e aprender a cuidar dele da forma correta, usando produtos específicos e técnicas de finalização adequadas.

3. “Esse cabelo deve viver cheio de piolho!”

Essa é uma afirmação racista que insinua que as pessoas negras são sujas ou menos higiênicas. É importante desmistificar esse tipo de preconceito e ensinar que todos os tipos de cabelo podem ser higienizados e cuidados da forma correta.

4. “Cabelo ruim/duro!”

Essa é uma das afirmações mais comuns e prejudiciais relacionadas ao cabelo afro. O termo “ruim” sugere que o cabelo é inadequado ou feio, o que não é verdade. O cabelo afro pode ser tão macio e sedoso quanto qualquer outro tipo de cabelo, desde que seja cuidado da forma correta.

5. “Dá para arear panela com esse cabelo!”

Essa é uma piada de mau gosto que tenta diminuir a beleza e a importância do cabelo afro. É importante ensinar desde cedo que o cabelo afro é um símbolo de resistência e poder, e que deve ser valorizado e respeitado.

6. “Dói para pentear”

Desembaraçar o cabelo afro pode ser um desafio, especialmente quando ele está seco. No entanto, existem produtos e técnicas específicas que facilitam esse processo e evitam a quebra dos fios. É importante ensinar desde cedo a importância de cuidar do cabelo de forma adequada, usando pentes de dente largo e desembaraçando o cabelo molhado e com bastante cuidado.

7. “Não deixa esse cabelo solto não! É cabelo demais!”

Essa afirmação tenta diminuir a beleza do cabelo afro e limitar as opções de penteados disponíveis para as meninas negras. É importante ensinar desde cedo que o cabelo afro pode ser usado solto, preso, trançado ou como a pessoa preferir, e que todas as opções são igualmente válidas e bonitas.

8. “Podia fazer um relaxamento, né?!”

Usar química no cabelo de crianças pode ser prejudicial e desnecessário. É importante permitir que as crianças cresçam e desenvolvam sua própria identidade, sem pressioná-las a seguir padrões de beleza prejudiciais.

9. “Tem que arrumar esse cabelo (lê-se alisar) para ir na festa.”

Há muitas opções de penteados incríveis para cabelos crespos ou cacheados, que podem ser usados ​​em ocasiões especiais.

É importante entender que os mitos sobre cabelo afro ou black power são resultado de uma sociedade que historicamente valoriza e celebra apenas um tipo de cabelo. No entanto, as mulheres negras estão cada dia mais assumindo o cabelo natural e rejeitando esses estereótipos prejudiciais. É fundamental que a sociedade abrace e valorize a diversidade de cabelos, e que não imponha padrões de beleza excludentes e discriminatórios.

Devemos valorizar e celebrar a beleza de cada pessoa, independentemente do tipo de cabelo que possuem. É importante combater os mitos e preconceitos que cercam o cabelo afro, e garantir que todas as crianças, independentemente da sua origem étnica, se sintam representadas e incluídas.

Por fim, é preciso reconhecer a importância do movimento que as mulheres negras estão liderando em relação ao cabelo natural e empoderamento. É um movimento lindo, que deve ser celebrado e incentivado por todos nós.