Estudo da USP adverte sobre riscos da descoloração e escova progressiva
Estudo detalhado revela os impactos alarmantes desses tratamentos capilares, mostrando os danos à estrutura e à saúde dos fios de cabelo.
Os procedimentos populares de descoloração e escova progressiva, queridinhos de muitas mulheres, podem ocultar perigos severos para a saúde dos fios.
Uma recente pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) em colaboração com a Universidade de Copenhague, na Dinamarca, lançou luz sobre os impactos negativos dessa combinação no cabelo.
Neste artigo, detalharemos a pesquisa que revela danos significativos nos fios e nas camadas protetoras do cabelo após procedimentos comuns de beleza.
Aumento dramático da porosidade capilar
O estudo, publicado no Journal of Applied Crystallography, revelou um aumento impressionante na porosidade dos fios, que pode chegar a quatro vezes mais do que o normal.
Embora a escova progressiva confira uma aparência brilhante e alinhada aos cabelos, a autora do estudo, Cibele Castro Lima, alerta que isso mascara a realidade de cabelos verdadeiramente saudáveis.
Os pesquisadores investigaram as mudanças nas moléculas capilares após procedimentos como alisamento e descoloração.
Imagem: Shutterstock/reprodução
Eles se concentraram especialmente em um ativo comum no mercado brasileiro, o ácido glioxílico associado à carbocisteína, embora não esteja na lista de ativos permitidos pela Anvisa para produtos de alisamento ou ondulação capilar.
Impactos profundos nas camadas capilares
O estudo demonstrou danos significativos nas camadas estruturais do cabelo. O alisamento comprometeu as camadas lipídicas responsáveis por proteger os fios, enquanto a descoloração afetou profundamente o córtex e a cutícula.
As mudanças estruturais identificadas pelos pesquisadores não são reversíveis. Danos à proteína alfa-queratina, essencial para a resistência e elasticidade, foram observados. A temperatura utilizada durante esses procedimentos também está diretamente ligada à extensão dos danos.
Alerta para a gravidade dos danos
Cibele Castro Lima enfatiza a irreversibilidade dos danos: “Quanto maior a temperatura utilizada no processo, maiores são os danos ao córtex e à cutícula”.
Esses resultados alertam para a importância de repensar a frequência e a maneira como esses procedimentos são realizados, buscando alternativas menos agressivas para a saúde capilar.
Diante dessas descobertas, é essencial que sejam exploradas opções alternativas e que se adotem práticas mais seguras para preservar a saúde dos cabelos.