Alisar ou descolorir? Estudo da USP joga luz sobre os riscos destes procedimentos capilares

Descubra os impactos surpreendentes da escova progressiva e da descoloração nos seus cabelos com base em um estudo pioneiro da USP.

Cabelos lisos, brilhantes e sedosos são desejados por muitas pessoas, levando à popularização de procedimentos cosméticos como a escova progressiva e a descoloração. No entanto, um estudo inovador realizado pela Universidade de São Paulo (USP) revelou os danos significativos causados por esses tratamentos capilares.

Os efeitos preocupantes da escova progressiva e descoloração

Usando técnicas avançadas, como o espalhamento de raios-X, os pesquisadores conseguiram analisar em escala molecular os efeitos desses procedimentos no córtex, na cutícula e nas camadas lipídicas da fibra capilar.

Os resultados são preocupantes e apontam para uma compreensão mais profunda dos impactos dessas práticas na saúde capilar.

Antes de abordar os danos específicos, é importante entender a estrutura do cabelo. O cabelo humano é composto por várias camadas e estruturas, cada uma desempenhando um papel fundamental em sua saúde e aparência.

O córtex é a camada intermediária e contém queratina, água, lipídios, melanina e proteínas que determinam a forma, cor, força e elasticidade do cabelo.

A cutícula é a parte mais externa, responsável por proteger os fios. Os lipídios são gorduras que mantêm o cabelo macio, brilhante, flexível e impermeável.

O estudo da USP revelou que a combinação de descoloração seguida de escova progressiva resulta em danos significativos à estrutura capilar.

As mechas de cabelo submetidas a esse processo mostraram um aumento de quatro vezes na porosidade dos fios. Isso resulta em cabelos ressecados, quebradiços, com frizz e pouca elasticidade.

Imagem: Jornal da USP / Reprodução

A descoloração é especialmente prejudicial, uma vez que causa a perda de proteínas e lipídios essenciais na fibra capilar, tornando o cabelo mais sensível a outros procedimentos. Além disso, a variação extrema de pH entre a descoloração e o alisamento agrava ainda mais os danos.

Uma descoberta importante do estudo foi o impacto nos lipídios, que desempenham um papel crucial na proteção dos fios.

Os procedimentos de alisamento ácido levam à alteração das camadas lipídicas, tornando os cabelos mais porosos e vulneráveis a danos externos. Isso cria uma falsa impressão de cabelos saudáveis, quando, na verdade, estão danificados.

Além disso, o estudo mostrou que a proteína alfa-queratina, responsável pela força e elasticidade do cabelo, sofre desnaturação quando exposta a altas temperaturas ou tempo prolongado de contato com pranchas alisadoras. Essa mudança na estrutura da proteína é irreversível, agravando ainda mais os danos capilares.

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