Adaptação cultural: atletas de vôlei do Brasil optam por cobrir tatuagens no Japão
No Japão, as tatuagens são encaradas com certa desconfiança devido a desafios culturais.
Thaisa, bicampeã olímpica e destaque da seleção brasileira de vôlei feminino, evidenciou um peculiar aspecto cultural durante a preparação para a estreia no Pré-Olímpico de Tóquio.
Em uma publicação que chamou atenção nas redes sociais, a atleta mostrou-se completamente coberta, mesmo sob o intenso calor japonês. Na postagem, ela comentou sobre a necessidade de esconder suas tatuagens em espaços públicos no Japão.
As origens das restrições às tatuagens no Japão
Ela não estava sozinha nessa adaptação, pois outras atletas da equipe, como Naiane e Pri Daroit, também tiveram que enfrentar o calor usando roupas mais cobertas para esconder suas tatuagens. Mas qual é o motivo por trás dessa peculiar tradição japonesa?
Imagem: Instagram / Reprodução
As tatuagens, embora não sejam proibidas no Japão, são vistas com desconfiança pela população local devido à associação histórica com a Yakuza, a máfia japonesa.
A Yakuza, que já foi uma organização extremamente poderosa e ainda exerce influência, tem uma longa tradição de tatuagens em seus membros como uma forma de expressão e identificação.
No entanto, essa prática começou como um ato de protesto durante o período Edo, quando criminosos eram tatuados com o número de registro de suas prisões, dificultando sua ressocialização. A Yakuza, por sua vez, adotou as tatuagens como uma maneira de se destacar e mostrar sua identidade.
Embora a cultura das tatuagens tenha se espalhado pelo Japão nas últimas décadas, ainda persistem restrições em locais públicos, como academias e piscinas, que muitas vezes proíbem a entrada de pessoas muito tatuadas.
Isso é reflexo da forte cultura de respeito à tradição japonesa e à preocupação com a associação das tatuagens a atividades criminosas.
Adaptação das atletas brasileiras
As atletas da seleção brasileira, incluindo Thaisa, demonstraram compreensão e respeito por essa tradição japonesa, adaptando-se ao clima quente usando roupas mais cobertas.
Imagem: Instagram / Reprodução
Elas brincaram com a situação, mas também reconheceram a importância de respeitar as normas culturais do país anfitrião.
Enquanto se preparam para o Pré-Olímpico em Tóquio, a seleção brasileira de vôlei feminino enfrentará não apenas desafios nas quadras, mas também desafios culturais que mostram a riqueza da diversidade cultural e a necessidade de adaptabilidade em competições internacionais.
Com determinação e respeito, elas estão prontas para enfrentar esses desafios em busca de uma vaga nos Jogos de Paris.